Como consegui um emprego sem ser na fábrica no Japão
Recebo muitas perguntas a respeito, e percebo que, à primeira vista, e no meu perfil do Instagram pode causar confusão devido à diversidade de informações.
Com esta postagem, desejo ajudá-lo a expandir sua visão sobre as possibilidades que você mesmo pode criar e aproveitar.
Bem, permitam-me apresentar-me.
Sou brasileira, criada no interior do Brasil, e me formei em uma faculdade particular de direito em uma área remota. Não possuo OAB e não tenho licença para atuar no Japão.
Meus pais são japoneses, e eu possuo dupla nacionalidade.
Meu marido é brasileiro, mas cresceu no Japão.
OBS: A dupla nacionalidade não veio com o japonês fluente em modo business, não tava na promoção sabe.
Meu pai passou a vida trabalhando como operário em siderúrgicas por meio de uma empreiteira, e minha mãe lida com síndrome bipolar, não trabalhando desde que eu tinha 12 anos. Meu marido, após anos em empreiteiras, agora é funcionário efetivo (shain) em uma pequena fábrica na vizinhança, passa, lava, cozinha e cuida do nosso bebê que já é uma moça.
Nos fins de semana e quando o bebê está doente, é nós dois faltando no trabalho.
Trabalhei como tradutora e na gestão de diversos assuntos em uma empreiteira especializada em siderurgia, em Consultoria de negócios, e agora trabalho como Business Person em subsidiária de uma das maiores empresas do Japão, na vaga para japoneses.
Como alcancei tudo isso?
Bem, enquanto minhas amigas saíam para a balada, eu estava estudando. Enquanto meus colegas me chamavam de CDF, eu estava estudando. Mesmo quando meus primos falavam bobagens, eu estava estudando.
Quando meus professores alegavam que aprender japonês não seria útil para minha carreira, eu simplesmente ignorava e continuava estudando.
Eu não vim para o Japão com uma bolsa. Também não vim através de um contrato de empreiteira. Renovei meu passaporte e vim. Eu morava no Japão? Sim, quando eu tinha cerca de 5 anos. Sou rica? Não.
Recebi toda a minha educação fundamental e superior no Brasil, inclusive pagando pela minha faculdade enquanto trabalhava como estagiária.
Estou lutando todos os dias para melhorar e crescer constantemente.
Agora você deve estar se perguntando: "Beleza, parabéns, mas o que isso tem a ver comigo?"
Permita-me dar um exemplo. Você já viu pessoas que se exercitam, certo? Aqueles que se dedicam à forma física no Instagram. Ninguém nasceu com aquele corpo atlético. Eles tentam todas as dietas. Quem nunca experimentou água de berinjela? No entanto, às vezes, os resultados não aparecem.
É quando eles entram na academia.
Eles se sentem bem. Estabelecem metas, cuidam da alimentação, identificam as atividades que combinam com suas personalidades e necessidades.
Após 6 meses, começam a ver resultados. Após um ano, percebem que suas roupas estão mais ajustadas.
No segundo ano, eles experimentam um biquíni, tiram a camiseta na praia e se sentem ótimos. Postam fotos no Instagram e recebem muitos elogios.
Porém, eles continuam mantendo uma alimentação equilibrada e exercitando-se de forma planejada.
A luta não para. E o interessante é que nunca ouvi alguém reclamando do exercício.
Por quê? Porque eles veem resultados! Eles querem mais!
Eles trabalham mais. Estudam mais. Planejam mais, avaliam mais e não interrompem o ciclo.
Eu malho. Se você tá em dúvida, é só uma metáfora tá?
Eu faço mínima ideia como se cadastra em uma academia.
Estou fazendo todo o esforço pra chegar no concurso de body builder, para entender melhor sobre o crescimento como um profissional.
E por que seria diferente com a carreira?
Se gosta do trabalho na fábrica, não tem nada de ruim em sonhar em ser um Koujou-Cho. Por que não?
Se não gosta do trabalho na fábrica, pode querer outros.
Por que não?
Se você conseguir olhar para além do amanhã, vai compensar.
Não é apenas o Japão que é um ótimo lugar para viver.
E não há apenas trabalhos de operário no Japão.
É uma questão de fazer escolhas conscientes para um único final, único motivo:
PRA TE DEIXAR FELIZ.
É a única coisa que importa na sua vida.