Perguntas e Respostas sobre o Japão.

Algumas perguntas sobre curiosidade do Japão que recebi de alguns amigos

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Q: É verdade que nos boeiros tem peixe, que ajuda na limpeza?
A: Já ouvi falar de peixe no boeiro. Em algumas cidades históricas ou não. Mas são todos pets que as pessoas ficam jogando no rio ou em boeiro aberto que não querem mais ou não tem mais condição de criar. Já ouvi dizer que fazem isso em Kyoto. Mas devo deixar bem claro que nunca ouvi dizer de peixe que ajuda na limpeza a não ser aquele peixe carnívoro que come defunto morto pelo yakusa na baía de Tokyo. 
Jogar peixes, passarinhos, cachorro, gato seja lá que animal for, no rio, mar, boeiro é 100% ilegal e se tem lugar que pode fazer isso, precisa de autorização. 
Mas tem gente realmente que compra, por exemplo piranha, vê que cresceu e não ficou bonitinho no aquário, vai lá a noite jogar no rio ou em boeiro. Acho isso muito falta de responsabilidade. E em algumas cidades é considerado crime contra o ecossistema.

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Q: Como é a política no Japão?
A: É tão bosta quanto o Brasil. 

O Japão é monarquia constitucional, tem um "imperador" que não impera nada, ele só serve de figura e come mais imposto que qualquer político corrupto. 
O maior cargo do poder executivo é do Primeiro Ministro, que é elegido por voto indireto pelo Parlamento. O povo pode escolher o membro do Parlamento mas não escolhe quem sobe no cargo para o Primeiro Ministro. 
O voto não é obrigatório. E a votação é feita de forma escrita. Estrangeiros que tem visto permanente podem votar até para vereadores e em algumas cidades como Kawasaki, para prefeito. 
Muita gente não vota, não se interessa, e fala muito mal da política, mas não vota na bosta da eleição. O qual acho que é tudo um comprô. Eu tive essa certeza quando uma cantora se candidatou sem publicar nenhuma promessa política nem no tweeter, e fez um ou dois discurso não divulgado e nem gravado em lugar qualquer, e foi eleita com muitos e muitos votos. Aham, que os fã dela de 20 anos atrás quando fez fama entre os jovens foram lá e votaram nela. Acredito muitíssimo. 

Tem corrupção sim. 
Tem muita corrupção. 

No Japão para se candidatar não precisa se filiar a um partido. No Japão, o primeiro ministro que é o cargo supremo, é o que menos recebe como chefe do executivo no mundo todo. Engraçado porque supostamente o parlamentar não recebe muito, e até quem trabalha na fábrica recebe mais. Mas se veste melhor que o próprio imperador e anda com bolsa de grife que custa o meu salário anual. Ganhou de admirador secreto de certo. 

A única eleição que eu botei fé foi na eleição da Governadora de Tokyo Koike, quando teve uma maioria absoluta de votos direto do povo. Abandonou o seu ministério, o seu partido, foi contra todos os políticos da nação, inclusive o primeiro ministro, com dinheiro do bolso fez sua campanha, deu discurso todos os dias na frente de maioria das estações da cidade de Tokyo e conseguiu com muito custo a confiança do povo. Até diminuiu o seu próprio salário, e tá vivendo de roupas da sua mãe, que era muito rica, e do dinheiro ajuntado ao longo dos seus anos como ministra. E tá aí botando toda a sujeira do governo no ventilador e estou amando.  Quem tá reclamado por aí não mora em Tokyo e são muito recalcados de certo. 

Se começar falar sobre política, eu não termino o post nunca. 
Se tiver uma dúvida sobre determinado assunto da política, deixe um comentário aí que respondo. 


Q: Como é o transporte coletivo no Japão?
A: Muito bom. Aliás, acredito que pode ser o melhor do mundo todo. 

Em cidades do interior, é essencial ter um carro para garantir a subsistência. 
No entanto, nas cidades consideradas metropolitanas, os ônibus estão presentes em todos os cantos. Os sistemas de ônibus, metrô e trens podem ser operados por empresas terceirizadas ou municipais. Além disso, esses meios de transporte são conhecidos por sua pontualidade rigorosa.

Embora eu já tenha ouvido falar de ameaças de greve, nunca testemunhei uma greve real no sistema de transporte. Aqui, o transporte público somente para em situações de neve intensa ou em casos de acidentes graves. Mesmo nessas ocasiões, quase sempre há outras opções de transporte coletivo disponíveis.

Se você reside em Tóquio, mal precisa de uma bicicleta para viver, pois é possível se locomover com facilidade utilizando ônibus e trens. No entanto, a situação é diferente em áreas com poucos habitantes.



Q: Vocês comem sushi todos os dias?
A: Quem gosta de sushi, deve comer todos os dias. Mas uma família normal vai no Kaiten Sushi (veja aqui)  quando recebe salário, para comemorar datas especiais, e afins. 

Quem gosta de comida japonesa, ou mora num lugar onde a piscicultura é predominante, come peixe todos os dias. Mas é peixe cozido ou assado. Tanto é que o fogão do Japão é fogão de mesa e vem um compartimento para assar peixe na grelha. 

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Q: Além do sushi quais as outras comidas cotidianas?
A: Arroz, sopa de missô, carne de porco, frango frito, café e pão. 
Acredito que esses 5 são os mais comidos todos os dias por maioria das pessoas.

Arroz japonês, aquele papa mesmo é o número um. Todo mundo come uma tigela de arroz ou oniguiri pelo menos uma vez ao dia todos os dias. 
E acredite, japonês toma mais café do que brasileiros. Só que o café mais tomado aqui é o café americano. Aquele que é super fraco e parece mais água coado de pano de chão.  
O café mais utilizado é o café solúvel. 

Aliás, o sushi não é cotidiano.
Não faz bem para o estômago comer coisa crua todos os dias.


Veja mais sobre comida no Japão:



Q: Peixe é barato?
A: O Japão é uma ilha. Sim é barato. Além de peixe, tudo que vem do mar é barato. Só que tem mil tipos de peixes. Até para atum tem espécies diferentes. 
Tem uns que são baratos, tem outros que são extremamente caros.  
Mas depois do escândalo da carne brasileira, quem sabe o frango importado do Brasil Foods se torne a carne mais barata do mercado?

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Q: Existe miscigenação o só vemos olho puxado?
A: Existe onde tem estrangeiros morando.

Okinawa, Yokosuka, Tokyo, são lugares que conheço que tem muita miscigenação por causa da base militar americana. Na base não são somente os militares que trabalham. Existem civis estrangeiros trabalhando. Tem mais estrangeiro que cidades que tem fábricas e contrata estrangeiros. E quando eles casam com raças diferentes nascem crianças miscigenadas. 


Q: Existe preconceito racial? 
A: Sim existe.

Contra negros?
Contra negros, brancos, vermelhos, pardos, chineses, coreanos, e todos que não tem cara de japonês, ou que não parecem japoneses, que forem diferentes à aqueles insuportáveis que não aceita pessoas que sejam diferentes a si. E os que tem cara, fala e se porta mas quando descobrem que não tem nacionalidade japonesa, aí o preconceito pode ser maior. 

As histórias que ouço falar de racismo sempre ocorrem nos interiores onde muita gente nunca viu um estrangeiro de raça diferente. E não precisa nem dizer que nesses lugares não aceitam o "diferente". Se maioria não foi ao ensino médio, o fato de ter escolaridade alta vai ser motivo para sofrer assédio e violência dos moradores.

Até em Tokyo, sempre vejo o assento ao lado de uma pessoa negra, sem ninguém sentar num trem lotado. Sento ali agradecida por terem guardado o meu lugar. 

Eu sofro de preconceito apesar de ser japonesa, por ter traços estrangeiros.
Sou descendente de Okinawa, e alguns japoneses têm preconceito para com quem é de Okinawa (por causa da época do Ryukyu e integração ao Império japonesa, etc). 
Muita gente que é de Okinawa sofre esse tipo de preconceito no Honshu, e apesar de ter formação superior, tem dificuldade na contratação por Okinawa ser o pior província em questão de ensino. 

Sofro preconceito na consulta com o médico, (muitos me tratam mal achando que sou gaijin) (pior quando descobrem que sou Okinauwana). Sofro preconceito no trabalho (muitos clientes ou colegas de trabalho acham que não trabalho direito ou não deixam fazer determinados serviços por ser estrangeira e okinawana, e mulher). Sofro preconceito intelectual se escrevo uma palavra errada em japonês ou em português.
Mas no Brasil não era diferente.
Sofria preconceito por ser pobre, por falar outras línguas, por ser inteligente. E não estou falando de inveja alheia não. Era preconceito mesmo.



Creio que depende da região. Pelo que ouço falar, ou que vivo, é mais comum a xenofobia do que preconceito racial. É mais comum bullying contra estrangeiros negros do que para com Blasian nascidos e criados no Japão. E é forte quando você tem duas culturas diferentes na sua formação racial. E muito desse sentimento não vem da xenofobia mas de pura inveja de quem quer ser igual mas não consegue, e fica "tirando sarro". 




Q: Qual é o idioma que se fala mais? Pois ouvi dizer que tem dialeto...
A: É o japonês. Apesar de casa província ter o seu dialeto, o dialeto aqui não é dialeto como são na China ou nos países da África.

Somente dialetos de ilhas apartadas como Okinawa ou Hokkaido, e lugares do norte chamados de Tsugaru, são 80% diferentes. 

Mas é tudo japonês. Para quem não domina 100% o idioma, parece outra língua, mas se escutar com cuidado, é japonês. 

O mais falado é o japonês, o hyoujun go, que é falado nos noticiários e aprende na escola. 

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Q: Tem muito preconceito com o povo LGBT no Japão?
A: Acredito existe a falta de conhecimento. 

O que acontece quando falta conhecimento?
A ignorância. 

Muita gente não sabe, nunca imaginou, ou acha que é uma caricatura uma pessoa gay. Tem muitos gays e trans na TV japonesa que trabalham como comediantes. 

Eu sinto que tem um machismo aí. 
Pois não consigo dizer nome de uma famosa lésbica ou homem trans, mas de gays ou mulher trans tenho muitos nomes. 

Tem gente no Japão que é capaz de se assustar que Haruna Ai, uma comediante transsexual tem namorado. Queria que ela tivesse o que? 

Nada. 
Isso mesmo, o povo espera que os LGBT... Na verdade GBT morram solteiros. Comentar sobre parceiros sexuais é tabu. 
Por que? 
Comentar que tem parceiro, que é ajuntado, que moram juntos, que não são casados é meio que tabu. Não sei explicar o motivo.

E eu disse GBT, porque ser Lésbica é um tabu até na TV que é o único lugar que é aberto para esse assunto. 
Houve um caso de um casal de lésbicas que são artistas que requereram o pedido de casamento, e negado, que foi na TV lutar seus direitos. Virou notícia de 30 segundos por uns 2 dias e sumiu o assunto. 
Conseguiram o direito ao "ajuntado", para fins tributários e do Shakai Hoken, como dependente. Mas levou anos para isso, e não virou notícia nacional.

Acho que tem muito preconceito com o sexo em si. 

No local de trabalho, eu já nem acho relevante falar sobre o assunto. 
Eu não quero falar sobre meu relacionamento com o meu marido, até de amigas e amigos, no meu ambiente de trabalho. E eu também não quero saber sobre quem gosta de quem no meu trabalho. 
Muitos RHs ficam se preocupando com o uso do banheiro. 
Eu acho que deveriam preocupar mais com assedio sexual ocorrendo diariamente fora do banheiro.

Escola deve ser difícil. 
A adolescência em si é difícil, crianças podem ser cruéis né. 

E se serve de referência, temos relatos do Akihiro Miwa, e chamado de primeiro trans japonesa, a Maki Carrousel que diziam que sobreviveram a escola sendo chaveirinho de menino fortinho boa de briga, mas logo abandou a escola vindo trabalhar nos bares em Tokyo.

Relatos de uns 50 anos atrás e acredito que nada mudou.

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