Violência no Japão.

Engana-se quem acha que o Japão é um paraíso na Terra onde todos são educados e bem-intencionados.

A verdade é que o índice de criminalidade no país é um dos mais baixos do mundo. No entanto, convenhamos, esse "índice" só existe porque a polícia divulga os dados. Da mesma forma que no Brasil, existem crimes escondidos pelo próprio departamento de segurança, muitas vezes por pura preguiça, e é claro que também existem crimes perfeitos dos quais ninguém fica sabendo.

Neste post, vou compartilhar uma lista básica de precauções para o seu dia a dia, com base em crimes que realmente ocorreram e em seus modus operandi mais comuns.




Lembre-se sempre de que no Japão existem muitos casos registrados de psicopatas.

O problema em solucionar casos em que o criminoso é um psicopata é que os psicopatas nunca agem por impulso, são extremamente planejadores e calculistas, e não possuem uma razão coerente para cometer um crime. Matar ou ferir pessoas para eles não passa de um passatempo, algo semelhante a jogar um jogo no celular. Portanto, qualquer pessoa, independentemente de sexo, gênero ou idade, pode ser alvo sem motivo aparente.

Claro que não se compara com a violência do dia a dia no Brasil, mas para aqueles que não estão acostumados com a vida em uma cidade que nunca dorme, aqui vão algumas dicas de segurança que você precisa saber.



Não ultrapasse a linha amarela 

Enquanto espera pelo trem ou metrô, é preferível sempre ficar um passo para dentro da faixa amarela. Sabe aquele "Home" onde você espera o trem/metrô na plataforma, e não há uma grade como nos metrôs de Tóquio? Em vez disso, há uma faixa no chão, seja ela branca, azul, vermelha ou de qualquer cor. Não ultrapasse essa linha. Eu mesma prefiro manter uma distância mínima de 1 a 2 metros. Existem muitos casos em que, durante o horário de pico ou em momentos de grande movimentação, alguém pode te empurrar na direção do trem. Também pode ocorrer um empurra-empurra, ou alguém pode desmaiar na multidão, fazendo com que alguém caia e... aconteça o pior.

Enquanto aguarda a chegada do trem, esteja atento ao seu entorno e diminua o volume do som dos fones de ouvido.



Boa noite Cinderela



Existe o Boa-noite-cinderela no Japão também. Pode envolver o uso de ecstasy, sonífero ou simplesmente uma vodca muito forte. Houve um tempo em que uma bebida à base de vodca, sem cheiro e sem sabor, com um teor de álcool muito acima do permitido por lei, era vendida online, quando a sociedade e o governo ainda não estavam preparados para lidar com o uso da internet.

De fato, havia um grupo, composto por estudantes de universidades renomadas como Waseda, Aoyama, Tokyo, entre outras, que utilizava essa bebida e outras drogas para dopar e sedar vítimas em casos de estupro coletivo. Muitas vítimas não conseguiram denunciá-los por falta de provas, uma vez que usavam preservativos e não deixavam vestígios. Outras estavam tão dopadas que não conseguiam identificar o agressor. No total, apenas 17 membros foram presos, embora quase 100 pessoas (entre mulheres e homens) estivessem envolvidas no caso.

O grupo agia com a participação de meninas que fingiam ser "amigas" e que vendiam as colegas novatas das faculdades em festas para os membros da gangue em troca de dinheiro ou drogas.

A violência ocorria em danceterias alugadas por essa gangue para festas, quartos de karaokê onde os membros da gangue trabalhavam (naquela época, não existiam câmeras de segurança nos quartos), casas alugadas por eles, motéis, áreas ao ar livre, ruas, entre outros locais.

O caso do Super-free é apenas um exemplo. Estupro coletivo usando drogas e bebidas para sedar a vítima é muito comum no Japão.

Não confie em homens ou mulheres que tentem te levar para locais fechados ou isolados e te forcem a beber. Mesmo que seja alguém que você conhece, mantenha sempre um olhar atento sobre a sua comida ou bebida, mesmo que tenham sido servidos em restaurantes.



Pedofilia e Prostituição



Este é um caso que raramente é amplamente divulgado para proteger a identidade das vítimas. Quem assiste à série de TV "Lei e Ordem: Unidade de Vítimas Especiais" sabe como funciona. Há um caso peculiar e intrigante que realmente ocorreu, mas toda vez que alguém o posta na Wikipedia, outra pessoa denuncia e ele é retirado do ar.

É o caso Petit Angel. Vou parar por aqui para evitar problemas com o conteúdo do blog. Foi um caso peculiar no qual supostamente um homem que aparentemente não tinha recursos financeiros, mas possuía um carro importado e um apartamento, manteve três menores de 13 anos em cativeiro, todas fugitivas de casa. Uma delas havia sido noticiada na TV como desaparecida. Essas meninas alegaram terem sido contratadas para limpar a casa dele por 10.000 yens e foram mantidas em cativeiro. Cinco dias depois, uma delas conseguiu escapar e pedir ajuda em uma floricultura próxima, sendo posteriormente salva pela polícia. Quando a polícia entrou no apartamento para resgatar as outras, encontrou o acusado morto por suicídio dentro de uma tenda de plástico com monóxido de carbono.

Um jornalista que estava investigando o caso também foi encontrado morto boiando na baía de Tóquio. O nome "Petit Angel" estava registrado em uma empresa em nome dele para fins de um clube de encontros. Inúmeras listas de meninas e um "caderninho preto" foram apreendidos, e o caso recebeu ampla cobertura nos noticiários em 2003. No entanto, nenhum jornalismo oficial aborda o assunto, e o tema foi rapidamente apagado da mídia. Nos noticiários, foi informado que o caso ocorreu em Shibuya, mas o apartamento em questão estava localizado em Akasaka, um bairro nobre e próximo a embaixadas e ao centro político do Japão.

Esse caso envolve muitos mistérios, mas é um evento real, apesar dos esforços da mídia e da política para abafá-lo.

Existem muitas lendas urbanas não comprovadas que envolvem o sequestro de menores ou sua venda para prostituição forçada ou para a produção de filmes pornográficos.

O que você pode fazer?

O mesmo que faria no Brasil para evitar que seu filho seja sequestrado: não permita que ele fique sozinho na rua, ensine-o a não conversar com estranhos, use apito, GPS e limite o acesso à internet.


Sequestro



O sequestro comum no Japão difere um pouco do "sequestro" previsto na lei brasileira. No sequestro conhecido pelos brasileiros, é exigido um resgate para a libertação da pessoa sequestrada. No Japão, quase não há casos de sequestro que envolvem pedido de resgate. Pelo que sei, nunca vi isso acontecer no século 21. Esses casos podem envolver homens e mulheres de todas as idades. No entanto, enquanto não aparecer o corpo da pessoa desaparecida e houver evidências de que ela tenha sido levada por terceiros, é considerado um sequestro. Se não houver imagens ou testemunhas que indiquem o envolvimento de terceiros, o caso será tratado apenas como desaparecimento.

Desde antigamente, existia o sequestro. Quando não havia indícios de que fora levado contra a sua vontade, se chamava de "Kamikakushi". Quem já assistiu "A viagem de Chihiro"?
O nome original do filme é "Sen to Chihiro no Kamikakushi", ou seja, ela e sua família haviam sido levado por deuses (nas montanhas ou floresta) e escondido em seu território sagrado.

Mas é claro que não existem deuses, youkai, tengu, etc nas montanhas. O que existe é uns doidos e criminosos que matam e escondem nas matas fechadas para o corpo nunca ser encontrado.

O Japão é um país de umidade muito alta, e montanhas de grandes altitudes. Diferente do Brasil que é praticamente plano, em toda a região, o Japão tem montanhas com matas fechadas que lembra um pouco a mata amazônica, só que pequeno, frio, úmido e sem bichos selvagens a não ser o urso. 

Numa época de chuva como tsuyu, para que um corpo deteriore demora menos de uma semana. Em um mês pode se tornar ossada. Por isso muitos criminosos nem dão o trabalho de enterrar a vítima. 


Terrorismo/Religião


Os japoneses odeiam religião. 
Não é verdade. 
Alguns, que viveram em cor e ao vivo os anos 90, têm um preconceito em falar de religião, e os mais velhos tentam fazer tudo que é ligado à religião transformar em cultura, e acaba misturando monte de religião em eventos da vida. 
Isso ocorre porque 1. São traumatizados. 2. São ignorantes. 3. Porque a maioria dos japoneses são agnósticos. 
Quem é shintoísta de berço, sabe identificar a linhagem dos deuses e nunca se permitiria ser enterrado em um templo budista, que é uma religião estrangeira. E quem é budista de berço, não faz "omiyamairi", e vai rezar no ano novo em um templo budista, não em Jinja.
Mas muitos acham que nasce na Jinja, casa na Capela, e morre no Templo Budista, e não consegue diferenciar essas três religiões.

Por isso mesmo que surge muitos grupos terroristas/estelionatários que começa a preencher o vazio e a curiosidade dos japoneses e quando se vê está sofrendo lavagem cerebral.

O grande exemplo do caso foi o caso do Oumu sinrikyo.
Quem tiver interesse nesse grupo terrorista, veja na wikipedia ou leia 1Q84 de Haruki Murakami, livro baseado nesse grupo, que só foi possível a publicação por ser "ficção".

O grupo trabalhava também com crimes contra crianças.

Hoje a história desse grupo é mais voltado para a morte da família de advogado e o atentado terrorista ao metrô de Tokyo. O grupo era composto de gente de alto cargo da sociedade incluindo políticos, legisladores e advogados.
E por ter sido considerado religião e ter sido protegido pela liberdade de religião, atrasou muito nas investigações da polícia. O líder foi condenado à morte, mas ainda encontra se vivo na prisão.

Por causa dessas e outros crimes envolvendo grupos ditos como religiosos, quem tem pé firme no chão não embarca no desconhecido.


Gangues e grupos criminosos


Existe nesse submundo três categorias, neste sentido de poder e hierarquia:

grupinho de malandro << gangue com líder e nome <<<<< Yakusa.

Grupinho de malandro, ou chamados de Furyou, são essas crianças que furta lojas, fica até horas da tarde na rua, chamados no Brasil de trombadinha, moleke, esses que faz arrastão nas praias e festas.
Gangue, já são os Bousou Zoku, ou Zoku nos interiores que anda com uns uniformes e sai por aí fazendo clube de luta, brigas, e fazendo barulho com moto. Já na região metropolitana, são chamados de times, tem nome, membros e líder, muitos tem conexão com Yakusa, faz venda de drogas, mulheres e muitos tem passagem por crimes dolosos na polícia. O time pode ser de corrida, tipo velozes e furiosos, pode ser de festeiros, pode ser de motoqueiros, ou pode ser desses que vive só na porrada com outros times.
Yakusa, se não conhece o que são aconselho assistir primeiramente o Poderoso Chefão, depois para ir vendo os filmes japoneses sobre o assunto. No caso da máfia italiana, o grupo é negócio da família. E no Japão antigamente realmente era negócio de família, mas depois da segunda guerra mundial, foi sendo composto por órfãos e gente que não tinha onde ir. E se tornou poderoso e perigoso dos anos 60 para 80. Hoje, vem perdendo a força por rigoroso policiamento e apenas sobrou os que já possui uma enorme herança em terrenos e prédios e que são basicamente guardião da região.
Os bairros que tem bares, izakaya e restaurantes um no lado do outro, e no meio uns Patinko, pode se dizer que todo o bairro pertence ao grupo, em escritura e lucro. E outros trabalham mais com negócios de construção e mercearia. Por isso que o Ministério do Trabalho é rígido com fábricas mas deixa os construtores ao mercê da sorte na segurança. Arrumar briga nesses lugares é pedir para morrer.

Tem mais um grupo, o qual não se caracteriza aos acima que são os grupos criminosos estrangeiros. Os que já deram na notícia, são os russos, angolanos (ou africanos), coreanos, chineses, nikkeis brasileiros e latinos, e de ásia menor como índia, filipinas e Vietnã.
Esses grupos estrangeiros não se enquadra nas regras japonesas de gangues, portanto considerados perigosos. Venda de drogas sempre foi proibido pelo Yakuza. Porêm o Yakuza não gosta muito de meter colher nos assuntos de gangues estrangeiros, diferentes dos moleques das gangues e times. Logo, esse grupo não tem medo, não tem regra, e tem caminho do tráfico livres.


Drogas


Existe drogas no Japão.
E para quem conhece o preço médio do baseado, cocaína, e pedras no Brasil, perderia o chão em saber o preço que isso custa no Japão. As plantas, com a tecnologia e gambiarra da agronomia, ainda dá pra plantar e cultivar no Japão. Agora, um laboratório químico já é outra história. Sendo o país um conjunto de ilhas, e com muitas ilhas com pouca habitação, pode ser que tenha um Walter White dando um de Breaking Bad no meio a mato fechado. O que custa muito em instalações, já que a umidade desse país é fora do comum.
Mas se tiver dinheiro para pagar, é possível conseguir tudo que for do mais simples à invenção original do país.
O mais fácil de conseguir, e mais barato também é o extasy e pílulas da felicidade afim.

Problemas com o tráfico de entorpecentes não fica tão a mostra na mídia. Os quadros de reportagem se restrita à "ervas proibidas". Talvez para não dar idéias ao público já que tem muita gente depressiva ou burra nesse país.
Mas existe. E dá prisão de menos de 10 anos.


Furto e roubo



Pode ser que seja muito muito muito raro, um ladrão vier roubar a casa ou estabelecimento comercial a mão armada. Acontece, mas daí vira notícia nacional.
O que ocorre muito é furto. Alguém passar correndo e levar sua bolsa, entrar numa casa ao luz do dia em dia de semana em bairro residencial, tirar sua carteira da bolsa/bolso em trem super lotado.
Em exemplo:

Na rua.
Ter sua bolsa levada ->"Hittakuri", ter sua carteira retirada da bolsa/bolso -> "suri", alguém pedir educadamente para lhe entregar o produto, carteira ou comida que você possui -> "kurekure". Lembre-se se encontrar alguém na rua pedindo dinheiro, leve ou avise imediatamente o guardinha. existe um programa do governo que cuida de pessoas carentes como mãe cuida de filho, não se engane com mendigo bem vestido.

Na escola.
Alguém pedir educadamente para emprestar dinheiro. Esse dinheiro nunca mais volta, mas o pidoncha volta e escala para o nível bulling. Tem alunos que roubam materiais escolares e objetos pessoais por  bulling, mas existe aluno que rouba por roubar.

No trabalho
Nunca leve sua carteira para o trabalho a não ser que você trabalhe ao lado dos seus pertences. Muitos escritórios das antigas ainda existe uniforme para as mulheres e tem vestuário. E muitos desse armários não tem chave. Se não tem chave, e nem vão colocar, não leve pertences de valor.
E ainda, não leve bolsa. Leve saquinho, e deixe o armário somente com coisas que realmente precisa e carregue consigo seu documento de identificação e moedinhas. Sempre verifique se não há nada que não te pertence dentro do armário.

Em casa

Nunca deixe sua casa sem cadeado, nunca durma de janela aberta, e sempre deixe cadeado a bicicleta.


Estelionato 


Sabe aquela história do falso sequestro de grupo de criminosos com celular de dentro da prisão sequestrando seus filhos que estão bem e salvos aí do seu lado?

É tipo isso daí.
Só que mais real.
É o tal do filho que mora longe e tá precisando de ajuda.
Esse esquema requer pesquisa e alguns meses para finalmente agirem.
Eles fazem uma amizade com os idosos que faz muito tempo que tá longe do filho e quase não vê.
Nossa que horror né, filho não visitar os pais.
Você que mora no Japão e deixou pais no Brasil. Faz quanto tempo que não liga pra eles?

Existe esquema do namorado que pede dinheiro pra pagar dívida da empresa, a da falsa vítima de assédio, a do falso funcionário público.

Existia até uma empresa que vendia ouro compartilhado.
Imaginação desse povo é fértil.


Como tomar cuidado com a sua segurança 




Em casa, evite colocar nome na caixa postal. Na rua, tenha cuidado com seus pertences e mantenha a bolsa fechada. Pode acontecer de alguém retirar itens de dentro dela ou, pior ainda, alguém colocar produtos não pagos por diversão. Quando estiver na rua, seja de dia ou de noite, esteja atento a ruas vazias. Saiba o número direto para chamar a polícia ou a ambulância. Evite ficar sozinho com estranhos dentro do elevador. Antes de entrar em casa, olhe ao redor e tranque a porta assim que entrar. Não caminhe no lado da rua onde passam os carros.

Para as crianças,

Não converse com estranhos, evite brincar sozinho, avise alguém sobre seus planos quando sair, saiba gritar em caso de necessidade e não abra a porta de casa para estranhos. É importante ensinar às crianças a dizer "não", pedir socorro, correr e não guardar segredos dos pais. Um adulto responsável não pede ajuda a uma criança, não compartilha segredos com ela e não a leva a lugar algum sem a permissão dos pais, de forma direta e explícita. Isso inclui até mesmo os policiais!

Listei aqui várias precauções, mas é importante ressaltar que todas as ocorrências ou crimes praticados diariamente no Japão são muito menos frequentes do que em áreas periféricas ou em favelas no Brasil. No entanto, a violência não é inexistente. Não se acostume com essa sensação de normalidade, pois a calmaria pode ser apenas o silêncio antes da tempestade. Qualquer desvio do que é considerado seguro pode colocá-lo em risco.

Não venha para cá achando que o policiamento é perfeito ou que a justiça é impecável. A polícia é formada por funcionários públicos, não super-heróis, e o sistema judiciário tende a ser lento e custoso. Embora o Japão esteja entre os países mais seguros do mundo, isso não significa que a taxa de criminalidade seja zero, especialmente considerando que nem todas as vítimas denunciam crimes. Lembre-se de que isso pode acontecer com qualquer pessoa.

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