6 coisas normais do dia-a-dia no Japão que precisa saber antes de se mudar para o Japão.


Se você está indo para o Japão para viajar ou para morar, se prepare para o choque cultural, e muitos outros choques. Ainda mais se você não conhece ou nunca visitou outros países além do Brasil. Ou quem mora em cidade interior onde as luzes se apagam as 8 da noite, se prepare. 


1. Banheiros podem ser extremamente arcaicos ou extremamente evoluídos. 
2. Todo mundo anda de bicicleta, tanto é que tem uma lei própria para trânsito de bicicletas.
3. A maioria dos jovens tem smartphone. 
4. Todo mundo se cumprimenta se inclinando mesmo. 
5. Quando perguntam o seu nome, é do sobre-nome que estão falando.
6. Existe Metrópole, Cinco Maiores Cidades, Cidades, Vila, Montanha onde mora o Totoro, Mato onde sumiu a Chihiro. E a ordem de civilização decai nessa ordem.





1. Banheiros podem ser extremamente arcaicos ou extremamente evoluídos.


Os banheiros no Japão antigamente, como vemos nos sítios dos interiores brasileiros, eram um buraco com uma casinha de madeira em volta. Como as roupas normais de alguns séculos passados eram Kimono, até os meados de era Showa (lá pelos anos 50), eram tipos de agachar e mandar ver, e se parecia assim:



Nos grande departamentos, e muitos prédios antigos, e algumas estações de trem, ainda existe esse tipo de banheiro. É bom pra quem veste Yukata ou Kimono, daí não precisa ficar arrumando o Obi (cinto). Eu particularmente prefiro esse tipo de privada em banheiros públicos pois tem menos contato possível com a parte do corpo. 

Agora. A diferença grande é que: o sistema de encanamento de banheiros e de esgoto, mais os papéis higiênicos no Japão é criado para poder jogar o papel sujo direto na privada. Se você for mulher, vai ver um cestinho de lixo no cantinho, mas é servido somente para jogar absorventes higiênicos. 

Nunca vai encontrar um daqueles papéis higiênicos ásperos no Japão. Os papéis aqui são bem finos, e derretem na água. 

A tecnologia quanto ao vaso sanitário, o Japão se orgulha em ser sempre o pioneiro. Os mais novos, têm sensores que faz a tampa abrir sozinho, e a descarga a ser feita sozinha. Mas CUIDADO, alguns tem mil botões e às vezes super confusos. Certifique-se onde tem que apertar para dar a descarga se você for fazer o número dois. 


OBS: Se mora num apê super velho, com encanamentos meio suspeitos, no térreo, sempre limpe o encanamento com esse produto, mensalmente:





Derrete até cabelo. 



2. Todo mundo anda de bicicleta, tanto é que tem uma lei própria para trânsito de bicicletas.


 

Basicamente é o mesmo do carro. Quem tiver carteira de motorista, é só imaginar que está andando de carro. Quem nunca tentou tirar CNH, pode fazer o curso de segurança para bicicletas junto com a polícia local, é de graça, e super recomendada para crianças. 

Lembre-se que o trânsito japonês foi feito pelo modelo inglês. Vai pelo lado esquerdo, e volta pelo lado direito. Então, se você for sempre pelo lado esquerdo você vai estar no lado certo. 

No Japão tem uma lei de trânsito próprio para a bicicleta, e a partir do dia 1 de junho, vai ficar bem mais rigoroso. Veja nesse link:


Se você infringir qualquer artigo da lei, como por exemplo atropelar alguém, além de indenização, terá de pagar multa, e assistir aula de segurança na polícia local. 

A lei se tornou rigorosa devido à um caso ocorrido em 2008, o qual um menino de 11 anos desceu a ladeira abaixo, atropelando no caminho uma senhora de 60 anos de idade, a qual bateu a cabeça e ficou em estado vegetal. O caso foi parar até nos tribunais superiores e foi decidido que os pais do menino seriam responsáveis pela compra da bicicleta sem dar devidas aulas sobre segurança para o filho menor, portanto responsabilizados em pagamento de mais de 900 mil dollares.

Isso ocorreu pois o réu era menor de 13 anos, logo imputável penalmente. Se fosse maior de 20 anos, seria preso. 

Isso tudo por causa de uma bicicleta e uma ladeira. 

Então, tome cuidado ao andar de um objeto locomotiva com direção na sua responsabilidade, nem que seja skate.



3. A maioria dos jovens tem smartphone. 


Quem comprou na época do alto valor do yen, possui Iphone. Tem sempre os que gostam mais do Xperia ou Galaxy, logo usam Android. Ainda é um pouco raro ver o Windows no mobile, mas vemos muito no Pad. 

Não faz mínima ideia do que estou falando? Estou falando de nanotecnologia em eletrônicos celulares e seus sistemas operacionais.

A maioria do intelecto japonês é muito parecido com a maioria classe baixa do Brasil. Tem muita gente aqui que não sabe mexer no Outlook. Mas a maioria possui um smartphone e sabe navegar na internet. Então não se assuste ao entrar no vagão do trem e o povo parecer assim:

E não precisa se preocupar com a possibilidade de roubo. As chances de roubo são extremamente baixas, uma vez que no Japão não é comum vender celulares desbloqueados e pré-pagos. Bem, agora eles estão vendendo! Quero dizer, alguns estão desbloqueando. Após 6 meses de uso, é possível desbloquear o celular para usá-lo fora do país e com cartões SIM de várias empresas, incluindo operadoras estrangeiras. No entanto, também é possível comprar um cartão SIM separadamente e adquirir o aparelho, mesmo sem desbloqueá-lo, por um preço acessível em lojas de produtos usados. Portanto, as chances de ter o seu celular roubado diretamente das suas mãos são mínimas, mas, caso o perca em algum lugar, pode ser que nunca mais o recupere. Portanto, é importante estar atento ao cuidar do seu dispositivo móvel no Japão.



4. Todo mundo se cumprimenta se inclinando mesmo. 


Pela minha experiência, japonês (de criação no Japão) que cumprimenta dando as mão são as pessoas mais estranhas da face da terra e talvez não pertence a este planeta. 

É etiqueta se cumprimentar inclinando. E faz parte do Common Sense.





5. Quando perguntam o seu nome, é do sobre-nome que falando.


Os japoneses têm o costume de se referir às pessoas pelo sobrenome. Até o século 19, as pessoas eram registradas com um nome de família e um nome próprio, como é comum hoje em dia. No entanto, elas se identificavam e se apresentavam usando o sobrenome, o que começou a mudar com a disseminação da educação militar durante a Segunda Guerra Mundial. No ambiente militar, as pessoas eram designadas pelo sobrenome, ou seja, pelo nome de família. Portanto, a menos que a pessoa seja estrangeira ou prefira ser chamada pelo nome próprio, quando alguém pergunta o seu nome no Japão, geralmente está interessado em saber o seu sobrenome, como "Santos" ou "Pereira".

6. Existe Metrópole, Cinco Maiores Cidades, Cidades, Vila, Montanha onde mora o Totoro, Mato onde sumiu a Chihiro. E a ordem de civilização decai nessa ordem.


As cidades no Japão são divididos basicamente em três hierarquias, do mais alto:

- Cidade Decretada pelo Governo (em ordem de número de habitants: Yokohama, Osaka, Nagoya, Sapporo, Kobe, Fukuoka, Kawasaki, Kyoto, Saitama, Hiroshima, Sendai, Chiba, Kita-Kyushu, Sakae, Niigata, Hama-Matsu, Kumamoto, Sagamihara, Okayama e Shizuoka) (mais de 500 mil habitantes, ou fazer parte dos cinco maiores cidades, chegando Yokohama a ter quase 4 milhões de habitantes)

- Cidade mediana (mais de 200 mil habitantes)

- Cidade especial (igual ou menos de 200 mil habitantes)

(Tokyo, não é considerado cidade, mas uma metrópole com mais de 13 milhões de habitantes)

Esta fotografia de satélite mostra claramente onde tem as grandes metrópoles no país.

Como você pôde observar, enquanto Tóquio possui uma densidade populacional de 6 mil pessoas por quilômetro quadrado, existem cidades com apenas 60 habitantes (incluindo animais selvagens e até fantasmas) por quilômetro quadrado. 

Apenas em Tóquio e nas cinco maiores cidades (Yokohama, Osaka, Nagoya, Kyoto e Kobe) é possível ter uma vida agitada e prática sem depender nem mesmo de bicicleta. Por outro lado, ainda existem "vilas" onde o supermercado mais próximo fica a 20 km, em meio a estradas de montanha, e o número de habitantes varia de 1 a 20 pessoas.

Nas maiores cidades, especialmente nas capitais das províncias, você encontra um sistema de transporte público completo, incluindo ônibus, trens e metrô (com exceção de Okinawa, que possui apenas monotrilho e ônibus). Esses sistemas funcionam pontualmente e com total segurança. Por exemplo, os ônibus que atendem às áreas mais movimentadas passam a cada 10 minutos. Os trens funcionam das 5 da manhã até meia-noite, todos os dias do ano. Os preços variam dependendo do destino, mas, em média, uma passagem de ônibus custa cerca de 250 yens (pagamento único), enquanto uma viagem de trem de uma ponta da cidade à outra não ultrapassa 2000 yens (cerca de 20 dólares). Levando em consideração que o estacionamento de carros e motos custa em média 10 dólares por hora, e que não é permitido estacionar na rua sem autorização, o uso do transporte público é uma opção econômica.

Nas cidades menores, a situação muda um pouco. O sistema de ônibus adota uma contagem de preço acumulativo, aumentando o valor a cada estação percorrida, de forma semelhante ao sistema de pagamento em trens. Nem todos os bairros possuem uma linha de transporte público ou estação ferroviária, e os horários de passagem dos ônibus são menos frequentes, ocorrendo geralmente apenas durante os horários de pico.

Nas cidades ainda menores, pode ser que haja apenas dois horários diários de parada do trem!

Tóquio é uma cidade que nunca dorme, com policiamento 24 horas e lojas que permanecem abertas até pouco antes do último trem. Bairros como Shinjuku possuem lojas funcionando até altas horas, e você pode encontrar pessoas na rua até de madrugada. Além disso, restaurantes como Yoshinoya e McDonald's Family Restaurants estão abertos 24 horas. Você pode ficar tranquilo ao explorar bairros como Ginza, Shinjuku, Harajuku, Shibuya e Roppongi, no coração da cidade, sabendo que encontrará táxis para voltar para casa mesmo às 4 da manhã em um domingo.

Por outro lado, existem cidades que nem mesmo têm semáforos, e o único local para comprar comida é a barraca de verduras de um agricultor.



Em Tóquio, um apartamento de 62m² próximo à estação de Roppongi (a área mais valorizada do país) custa o mesmo valor de aluguel que uma casa residencial familiar com 3 quartos, estacionamento e jardim em uma cidade do interior de Gunma, ambas localizadas na região de Kantō. É importante notar que, mesmo estando na mesma região de Kantō, existem vilas no Japão que não possuem sistema de esgoto ou encanamento. As pessoas que residem nesses lugares são, em sua maioria, idosos que nunca consideraram procurar um lugar melhor para viver, ou jovens que têm razões específicas para permanecerem ali, como por exemplo, fugir de alguma situação.

Essa desigualdade não se restringe apenas ao aspecto geográfico, mas também se reflete em termos intelectuais e sociais. O Japão abriga indivíduos que ganham milhões em apenas uma hora de trabalho, enquanto, ao mesmo tempo, existem pessoas sem-teto nas ruas. Muitos jovens japoneses sonham em sair de cidades do interior para conhecer ou viver em Tóquio ou em outras cidades que oferecem conveniências como lojas de conveniência 24 horas.

Essa realidade é marcada por contrastes, onde há gênios que conseguem criar multinacionais em questão de anos e sonhadores que, ao chegarem em Tóquio em busca de melhores oportunidades, podem acabar não encontrando empregos estáveis, envolvendo-se em vícios, jogos de azar e relacionamentos problemáticos, e, quando percebem, estão vivendo em situações precárias, como morando sob pontes.







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