O que acontece com todo o chocolate depois do dia de St Valentin?
Diz-se que em 1959, o presidente da companhia Mary Chocolate CO., LTD, ficou sabendo dessa cultura de dia dos namorados em um conhecido do filho em Paris, e resolveu vender um chocolate de formato de coração com slogan “única chance do ano! Uma declaração de amor de mulher para homem!”. Muitas revistas femininas falavam do assunto depois de outras companhias antigas como Fujiya e Morinaga se juntaram ao St Valentin’s day.
Daí o porque do dia dos namorados no Japão, é dia de mulher dar chocolate para homem!
A cultura do St Valentin no Japão iniciou se fim da década de 50, sendo expandido comercialmente pela nação no fim dos anos 70 quando se iniciou o fenômeno da bolha econômica no país. Todos os anos, no Japão, são produzidos tonaladas de chocolates para serem vendidos no dia de St Valentin até o dia 14 de fevereiro.
Mas no dia 15, somem das lojas. Algumas mantém em promoção até março, como ocorre em supermercados e conveniense store de dono independente.
Porém, somem rapidamente de shoppings e hipermercados…. Para onde vão?
O Japão é o campeão mundial em desperdiçar alimentos.
Quem já fez arubaito em lanchonetes em rede, sabe muito bem para onde vai as batatinhas fritas esfriadas que não foram vendidas no fim do dia.
O país é constantemente pressionado pelo protocolo de Kyoto a botar forças na área de preservação de meio ambiente. E desperdiçar comida, é ponto mais fraco do país do que jogar elementos nucleares no mar.
Na matéria do Jornal Nikkei (Jornal de finanças Japonesa 日本経済新聞) do ano passado, descobre um pouco do mistério. Leia em japonês -à aqui
A matéria explica o forte crescimento na área de homemade. O Japão vende matéria industrializada, por isso, sai mais barato comprar do que fazer. Em tudo. Inclusive comida. Por isso, depois da bolha econômica dos anos 80, o povo acha mais especial “fazer” do que “comprar”. Muitas garotas fazem seu próprio bombom em casa (atenção para o possível granada na cozinha mamães!). Muitas mulheres fazem mini-bolos em casa. Empacotam com lindos enfeites facilmente compradas e entregam para as poucas amigas ou para as colegas de trabalho.
Com o avanço da tecnologia, e uso fácil de mensagens pelo celular, ninguém manda mais chocolates para pessoas que moram longe, ou até mesmo como uma forma de declarar o seu amor secreto. E ainda, aumentou o número de encomendas online. Isso diminuiu o número de consumidores que compram produtos vendidos em lojas. Diminuiu também a produção exagerada de chocolates. Com a encomenda antecipada, fica mais fácil controlar o volume da produção, e a pesquisa de marketing minuciosa de cada local de venda, diminui o risco da demasiada oferta para pouca demanda. Junto com o aumento de “garotas de casa – 家庭的女子” (ou melhor moças de família que lava, passa, cozinha...) e o slogan do “Faça você mesmo DIY!” ajudou a crescer o ramo do homemade e produtos de auxílio para produção caseira.
E na última década, talvez por causa da recessão econômica, diminuiu o número de pessoas que dão o tal do “giri-choco義理チョコ”, os chocolates simples e pequenos dados para os colegas como agradecimento pelo dia a dia e também para curtir o evento. Hoje em dia se faz mais “tomo-choco友チョコ”, que são dados para os amigos em forma de amigo secreto.
O artigo explica que com a fixação do Halloween, Ehou-maki em Setsubun, e produtos para torcer pelos vestibulandos, criou mais eventos onde as companhias poderiam marquetear, e não se coloca mais forças no St. Valentins day. Hoje, os chocolates produzidos para este dia, são voltados para as mulheres, com o slogan “dê uma recompensa para si mesmo ご褒美チョコ”. Quem for mulher vai entender o por que que uma caixa de bombons de marca francesa 100g por 100 dólares pode se tornar recompensa, e por que que precisa-se de recompensa.
Os chocolates produzidos voltados para o público feminino vende mais, e pode ser reutilizado para o dia 14 de março, reservado para White Day, o dia em que homens, que ganharam presentes em fevereiro deve dar um presente em troca.
