Visitar um amigo no hospital no Japão, tem alguma cultura para respeitar? 

Neste post, estarei explicando passo a passo como proceder para visitar um amigo, conhecido ou parente no hospital estando no Japão.





Antes de sair de casa. 


Antes de mais nada, você deve ligar, mandar SMS, e-mail, Line, WhatsApp ou qualquer outra forma de contato para saber o estado de saúde do internado e verificar se É PERMITIDA A VISITA. Isso é o mínimo de educação.

Você pode entrar em contato diretamente com o internado, mas se optar por telefonar, que seja para um familiar mais próximo, pois no hospital não é permitido o uso do telefone por visitantes.

Os brasileiros têm o hábito de querer ser acolhidos, mas é importante entender que ninguém tem a obrigação de sorrir e receber visitas de braços abertos quando está com a saúde debilitada. Além disso, quando o paciente está na ICU (Unidade de Terapia Intensiva, conhecida como UTI no Brasil), não são permitidas visitas que não sejam de familiares de primeiro grau.

E não se esqueça de perguntar onde fica a recepção da ala dos internados.


Perguntar o hospital, o número do quarto e horário de visita.


Ah, isso é óbvio! No entanto, quando se trata do Japão, existem inúmeros hospitais com nomes complicados e, às vezes, você pode se perder. Por favor, evite fazer com que a pessoa vá até a entrada para recebê-lo, ou que algum familiar dela vá buscá-lo. Se estiver perdido e não conseguir encontrar o local, é melhor desistir da visita e esperar até que a pessoa receba alta ou ir acompanhado por um amigo em comum que conheça o local.

Além disso, é importante mencionar que cada hospital tem seu próprio horário de visitas, que varia de acordo com a condição e doença do paciente. Mesmo durante o horário de visitas, pode acontecer de o paciente estar passando por algum exame ou procedimento médico. Portanto, é aconselhável ligar com pelo menos um ou dois dias de antecedência antes de planejar a visita.



O que fazer quando chegar no Hospital 


Alguns hospitais pedem para passar pela entrada da emergência onde há uma recepção para entrar na ala dos internados, enquanto outros não têm essa exigência. No entanto, todos os hospitais pedem que você faça um cadastro com seu nome (e o nome de todos os visitantes), o número do quarto e o nome da pessoa internada. Nos hospitais gerais (Sougou Byouin), também costumam perguntar qual é a sua relação com o paciente. Essas medidas visam garantir a segurança de todos.

Como precaução adicional, é importante usar máscara e higienizar as mãos com álcool em gel ao visitar um hospital.


O que levar


Na cultura japonesa, é costume levar algo sempre que você faz uma visita. Neste caso, você pode comprar um cartão TV, especialmente se o paciente estiver internado por um longo período, ou, se não souber o que é, pode optar por levar chá ou água em garrafas pequenas. Evite levar alimentos ou itens de grande volume, mesmo se o paciente estiver em um quarto particular, pois o uso da geladeira pode ser cobrado. É melhor escolher algo como chá ou gelatina, que possa ser consumido facilmente e rapidamente.

Os japoneses atribuem grande importância ao Hanakotoba, ou seja, ao significado de cada flor. Existem flores específicas para funerais, cores apropriadas para diferentes ocasiões e regras, como evitar levar flores em vasos para hospitais. Por via das dúvidas, é recomendável levar chá.

Além disso, é comum entregar o Mimai-Kin, que é uma quantia em dinheiro para ajudar com as despesas diárias. O valor normalmente varia de 5.000 a 10.000 ienes. Quando se trata de um conhecido importante, como um chefe de empresa ou alguém a quem se deve muito respeito, é apropriado colocar o dinheiro em um envelope específico.
Vende em lojas de conveniência ou papelaria. Pergunte ao funcionário por "Mimai-kin no Futou", e ele vai te mostrar.

Agora, se for um amigo, pode usar um envelope simples. Com amigos, o gesto e a intenção são mais importantes do que a apresentação. O Mimai-Kin deve ser entregue no final da visita, quando você estiver se despedindo.

* O Mimai-Kin, não é obrigatório e não faz exigência como o Oiwai-Kin que é entregue nos casamentos. 

Como se portar no Hospital

Não se esqueça, em nenhum momento, de que ninguém é internado em um hospital quando está bem. As pessoas estão lá porque, se não fosse pelo tratamento médico, poderiam correr riscos de vida.

Tenha em mente que nem todos os hospitais têm um local reservado para conversas, e mesmo que tenham, é importante manter o silêncio e respeitar os outros pacientes na enfermaria. Os pacientes mais idosos costumam ter o hábito de cumprimentar todos na enfermaria, mas esse costume está se tornando menos comum. Muitas pessoas não gostariam de estar deitadas na cama, vestindo um pijama fino, sem poder usar o celular, e de repente serem cumprimentadas por um estranho. 

Evite fazer visitas em grupo numeroso; mantenha o número de visitantes em no máximo três pessoas. Além disso, não prolongue muito a sua visita, a menos que você seja um membro da família. Geralmente, é recomendável ficar no máximo meia hora durante a visita.


Na hora de ir embora

Diga que está prestes a sair, deseje melhoras, ou use qualquer uma das frases usuais de despedida. Se trouxe o Minamai-Kin entregue o envelope discretamente. 

Se você recebeu um número ou crachá de identificação de visitante, não se esqueça de devolvê-lo na recepção antes de sair.








Visitar recém nascido no hospital



No Japão, é adequado deixar a visita para o recém-nascido para quando já estiverem em casa, por volta de 2 meses de idade, a menos que seja convidado.

No entanto, se a mãe for sua melhor amiga, um parente próximo ou sua irmã, e ambas forem brasileiras, seria considerado rude não visitar no hospital.

Você pode encontrar mais considerações sobre o que um japonês pensa no link no final do post. Aqui estão diversas outras regras de etiqueta.



Primeiramente, como funciona a maternidade

Existem dois tipos de maternidade no Japão. 
O do hospital - San Fujin Ka 
E o da parteira - Josan In


Por incrível que pareça, ainda existem parteiras no Japão, e são bastante comuns, mesmo no coração de Tóquio.

Ao contrário dos hospitais com suas muitas regras e restrições, mesmo em casos de parto normal, as parteiras tendem a aceitar várias exigências das gestantes. No Japão, o parto normal é a norma, e a cesariana é aconselhada apenas em casos em que há risco para a mãe e o bebê, sendo realizada com precisão milimétrica. Portanto, muitas mulheres optam pelo parto normal, já que essa é praticamente a única opção.

Com parteiras, é possível atender a exigências como o uso de produtos orgânicos, parto na água, acender incenso e outras práticas que um hospital geralmente não aceitaria.

No entanto, onde quer que a pessoa esteja internada, é essencial ligar com antecedência para marcar a hora da visita. Mesmo que as parteiras tenham mais liberdade, essa liberdade diz respeito principalmente ao método do parto e ainda há regras a serem seguidas quanto às visitas. Os hospitais tendem a ser mais rigorosos em relação às visitas na maternidade.


A regra da educação da visita


É tudo o que foi escrito anteriormente, acrescido dos seguintes pontos:

1. Se tiver nem que seja coceira no nariz, não vá. Não é apenas falta de educação, mas um ato irresponsável visitar a maternidade estando gripado. Bebês não saem da barriga com vacinação completa.

2. Não leve crianças. Quem tem crianças sabe que elas são propensas a resfriados e doenças frequentes. Além disso, não se pode esperar que crianças pequenas mantenham o comportamento adequado e o silêncio necessário em um ambiente hospitalar. Também não é recomendado que homens acompanhem as visitas à maternidade.

   Nas maternidades, as mulheres estão lá para aprender a amamentar, muitas estão seminuas sob seus pijamas ou passando por algum tipo de tratamento médico. Na enfermaria, as visitas são permitidas apenas para maridos, pais ou irmãos das novas mamães. Mesmo se for um parente do sexo masculino, é considerado falta de educação entrar na enfermaria no setor de maternidade. Se não houver um local público reservado para conversas, como uma sala de espera ou um salão de visitas, e você for um homem, evite fazê-lo. Esse cuidado é essencial para respeitar as outras internadas no quarto, pois nem todas são mães recentes; algumas estão passando por tratamento médico.

3. Não pegue o recém nascido no colo a não ser que a mãe se ofereça. 

4. Seja no quarto ou na enfermaria, bata na porta primeiro se ela estiver fechada. Se você chegar na hora de dar o peito, peça licença e saia. Se forem melhores amigas ou irmãs, a internada pode nem ligar; no entanto, você pode ajudar a fechar a cortina ao redor da cama ou fechar a porta do quarto, se necessário. Se você for um homem que não seja o marido da internada, é recomendável que saia do recinto.

5. Após o parto, a mulher tende a ficar cansada psicologicamente. Não fique horas a fio tomando o seu tempo. Primeiro, pergunte como ela está antes de questionar sobre o bebê. Deixe as histórias de casos de outras gestantes e conselhos sobre como criar o bebê para outra hora, quando ela já estiver em casa e mais tranquila.

6. Tanto no hospital quanto na parteira, não espere uma decoração especial no quarto, como é comum no Brasil. E, pelo amor de Deus, não pergunte sobre lembrancinhas.

7. As gestantes têm uma lista de itens permitidos para levar ao hospital ou parteira, e não é permitido levar muita coisa. Se você pretende dar um presente para o recém-nascido, faça isso em casa, não no hospital. Se não tiver tempo de ir até a casa, utilize o serviço de correio, que é amplamente utilizado e acessível em termos de custos.

8. Acho que isso deveria ser óbvio, mas durante o parto, a mulher gasta muita energia. Algumas gestantes sofrem por 10 horas ou mais de dores de parto até dar à luz, enquanto outras sentem dor e o bebê já está chorando. Se você não é o marido ou o pai da criança, evite visitar no mesmo dia. Espere pelo menos dois dias. No Japão, é comum internar a mãe e o bebê por no mínimo uma semana. Se decidir visitar, vá apenas para ver o bebê na maternidade, converse com o marido ou a família e permita que a mãe descanse um pouco.

Visita em casa


Espere pelo menos 3 semanas e sempre marque uma hora de visita com antecedência. As casas no Japão são pequenas e não adequadas para receber visitas. O casal está com um novo bebê que chora a cada 2 horas, sem tempo para fazer compras e sem bebida para servir. Ligue primeiro para perguntar se pode fazer uma visita com pelo menos um dia de antecedência para dar tempo de preparar um lugar para a visita se sentar. E lembre-se: não passe a tarde toda lá, a menos que tenha a intenção de ajudar a limpar a casa. Chegue, entregue um presente, converse por cerca de 30 minutos e depois vá embora. Os primeiros 3 meses com um recém-nascido são uma verdadeira batalha. Portanto, use o bom senso.


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